terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Um ano depois...

14/1/11
Hoje é um dia histórico. Não é para Portugal, nem para São Tomé e Príncipe, mas sim para mim e a Alexandra. Hoje faz um ano que viemos pela primeira vez para São Tomé! Lembro-me perfeitamente de estar a sair de casa com o meu pai e de estar com uma sensação estranha, um misto de tristeza e entusiasmo, por um lado ia deixar ficar para trás a minha casa, família, namorado, amigos e, por outro, ia embarcar numa nova aventura em África, ainda por cima em São Tomé e Príncipe, país presente nos meus sonhos que ansiava conhecer há muito! Lembro-me de encontrar a Alexandra e toda a sua família no aeroporto e de ela só chorar… Chorou todo o tempo! Eu não sabia o que dizer, o que fazer! Mal nos conhecíamos! Um dos meus medos é andar de avião, penso sempre que o avião vai explodir ou cair no meio do ar, no oceano… A viagem foi calma, conhecemos alguns portugueses que também iam trabalhar para São Tomé. A aterragem demorou uma eternidade para mim…Estava à beira da janela e já via terra à não sei quanto tempo e nunca mais aterrávamos. O pior foi quando parecia que íamos “aterrar” no mar… Era só mar, mar, mar! Tive de pôr as mãos nos ouvidos e tapar os olhos. Lembro-me de pensar “nunca mais quero fazer esta viagem na vida”! Grande ironia… mais valia estar “calada”! À saída do avião só conseguia sentir o calor húmido, a roupa colada e pensar como o aeroporto era pequenito. Lembro-me da viagem na carrinha do Pestana e de observar pela primeira vez o mar pela Marginal.
Um ano mais tarde, cá estamos de novo! O destino prega cada partida! E eu que não acreditava nada nessas coisas… Hoje choveu muito, das 8h da manhã até à hora do almoço! Trovoada, a casa até tremeu! Pensei nos temporais que estão a acontecer um pouco por todo o mundo (Brasil, Moçambique, Austrália) e ainda pensei que se acontecesse alguma coisa eu estava aqui sozinha… quem viria à minha procura? Alguém se lembraria da branquela?!
Fui à cidade para ir buscar um garrafão de água, ir ao Banco buscar o meu livro de cheques (é que levantar dinheiro em São Tomé só funciona a cheques) e ir aos Correios buscar a encomenda que a Sofia me tinha mandado. Não é que o motoqueiro que me trouxe também é locutor de um programa para jovens da Rádio Viva e quer me entrevistar ?? Hehehe, mais uma entrevista! Estou a começar a sentir-me importante… Volto para casa depois de comprar “5 conto de jaca” e uns pasteizinhos de peixe no mercado de Oque del Rei. Gosto de contribuir para o comércio local e não é que a jaca aqui é bem doce e os pasteis estavam uma maravilha!
Começo a pensar que devia escrever mais e ponho-me a estruturar algumas ideias! Reúno blocos de notas antigos, pego nalguns livros, ligo o computador, a mesa já está cheia e eu preparada quando batem ao portão…Recebo o Nicky que veio para acertarmos algumas coisas sobre a casa. Vou mesmo ficar por aqui. Acabaram-se as buscas! Está-se bem é em Oque del Rei, apesar da lama e das crianças atrevidas… J
M.M.

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