segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

30/01/11 Beautiful Sunday
Acordei bem-disposta depois de uma boa noite de sono e com música animada a inundar a casa (o novo album de Bulaué Pastellin) a transmitir boas energias. Estive a regar as minhas plantinhas e a tomar o pequeno-almoço. Depois fui até ao mercado lá da zona mas não havia quase nada, só bananas, jacas, peixe salgado e carvão. Nem os meus pasteizinhos, nem nada para fazer uma salada. Fui para casa começar a fazer o almoço. A água da torneira não parou de correr a manhã toda, é uma grande ironia, quando não há água, não corre; quando há para dar e vender, ela corre sem parar. Depois chegou o meu santomense preferido e esteve a ajudar-me. Ainda apanhou 1 fruta-pão bem bonitinha da fruteira! Hehehe. Chegou pouco depois a Gina de bicicleta e estivemos a preencher os papéis para o visto enquanto comíamos milho que ele tinha trazido! Foi de rir! Depois ela ainda trepou a árvore do sape-sape mas como este não estava maduro, foi apanhar mais uma fruta-pão. O vizinho simpático por acaso estava a passar e foi buscar um gancho para ser mais fácil. Frutas era o que já não faltava lá em casa, então oferecemos ao senhor. Ainda fui dar uma voltinha de bicicleta e fomos até à casa do Ronaldo mas ele não estava lá. A Gina acabou por ir embora porque tinha treino de futebol e nós fomos almoçar - Atum grelhado com fruta pão assada com um molho de legumes acompanhado com um (bom) vinho Branco, bem fresco. Soube beeeem! Estivemos na conversa durante bastante tempo, o que também foi óptimo! Acabámos por ficar em casa e já faz um mês que não saio à noite… Estou com saudades daquelas saídas dos 6 e das quintas à noite no Companhia J Soube hoje que o café companhia fechou e não abrirá mais…. É uma pena, passámos lá bons momentos!!!
30/01/11 Beautiful Sunday
Acordei bem-disposta depois de uma boa noite de sono e com música animada a inundar a casa (o novo album de Bulaué Pastellin) a transmitir boas energias. Estive a regar as minhas plantinhas e a tomar o pequeno-almoço. Depois fui até ao mercado lá da zona mas não havia quase nada, só bananas, jacas, peixe salgado e carvão. Nem os meus pasteizinhos, nem nada para fazer uma salada. Fui para casa começar a fazer o almoço. A água da torneira não parou de correr a manhã toda, é uma grande ironia, quando não há água, não corre; quando há para dar e vender, ela corre sem parar. Depois chegou o meu santomense preferido e esteve a ajudar-me. Ainda apanhou 1 fruta-pão bem bonitinha da fruteira! Hehehe. Chegou pouco depois a Gina de bicicleta e estivemos a preencher os papéis para o visto enquanto comíamos milho que ele tinha trazido! Foi de rir! Depois ela ainda trepou a árvore do sape-sape mas como este não estava maduro, foi apanhar mais uma fruta-pão. O vizinho simpático por acaso estava a passar e foi buscar um gancho para ser mais fácil. Frutas era o que já não faltava lá em casa, então oferecemos ao senhor. Ainda fui dar uma voltinha de bicicleta e fomos até à casa do Ronaldo mas ele não estava lá. A Gina acabou por ir embora porque tinha treino de futebol e nós fomos almoçar - Atum grelhado com fruta pão assada com um molho de legumes acompanhado com um (bom) vinho Branco, bem fresco. Soube beeeem! Estivemos na conversa durante bastante tempo, o que também foi óptimo! Acabámos por ficar em casa e já faz um mês que não saio à noite… Estou com saudades daquelas saídas dos 6 e das quintas à noite no Companhia J Soube hoje que o café companhia fechou e não abrirá mais…. É uma pena, passámos lá bons momentos!!!
28/1/11 Lucky day
Manhã bem calma. Acordei antes das 6h30 à espera que o António e Edu aparecessem para tratarmos do jardim, mas nada. Nem um aviso. Como é natural de um São-tomense… Por volta da hora de almoço, depois de ter feito esparguete com Pimpinela do Inseparável, uma receita do livro de João Carlos Silva, apareceu a minha irmã santomense. Como gosto desta rapariga. E já está tudo pronto para tratarmos do visto J Vamos lá ver! Estivemos a pôr a conversa em dia enquanto lavávamos a roupa da casa.
Às 15h tinha de estar no Omali para um workshop com o Robin, director de F and B e os meus colegas do restaurante e bar. Lá fui, tudo estava calmo sem clientela. Foi uma palestra muito interessante, tínhamos suporte escrito em português e o Robin falando em inglês, sobre como devemos proceder, todo o tipo de serviços, o mise en place, o que deve ser feito da mesma maneira por todos, o papel do anfritião.. A tradução/interpretação foi feita pelo Ludmilo, que se saiu muito bem mesmo. Depois segui para a cidade, para o café Avenida, onde ia ter uma reunião. Ninguém apareceu. O que me valeu foi a boleia que apanhei do Omali para lá. Um senhor português de uma empresa de mecânica sediada em Angola que está cá por duas semanas. Conversámos muito, estava muito curioso sobre o que eu estava cá a fazer, deu-me 18 anos. Gostei mt dele, mt aberto e simpático. Lembrou-me o meu paizinho. Contou-me a vida dele quase toda. Ainda promovi o jantar/barbecue de sexta no Omali e incentivei-o a lá ir tomar um copo. Desejou-me muito sucesso! No Avenida a minha sorte foi que havia dáuas, algo que queria há muito tempo, estava com saudade, estava bem fresca! Depois como ainda tinha tempo, até as 19h, fui ate ao bairro português para ir à net buscar um documento que a Alex me tinha enviado. Estava a andar à busca de uma mota porque estava bastante calor e lá aparece uma. Subo, quando chego ao destino. “Não pagas nada.” Eu entendi que ele disse que era da GNR. Pronto pensei “é o meu dia de sorte, duas boleias e sem serem pedidas!” Muito bom!
À noite, o hotel esteve bem movimentado. O restaurante com 3 mesas grandes e a esplanada com 7 mesas ocupadas. Ainda por cima era noite de jantar de chefias no restaurante para avaliarem o serviço. Na cozinha tínhamos apenas um cozinheiro, o sr. Zé, pelo que houve algumas demoras. O Robin e o novo chef sul-africano ainda tiveram de lá ir dar uma mãozinha. Mas andei a rondar as mesas e os clientes estavam bastante satisfeitos! Conheci um casal de ingleses muito simpáticos, o Roger e a Jill, que estão hospedados no hotel. Queriam ir conhecer a ilha, já tinham estado uns dias no Bombom. Estive a dar-lhes umas dicas, onde devem ir, queriam saber onde comer. Falei-lhes o que sabia, do que eu gostava mais, tudo aquilo que eles deviam ir conhecer, as roças, as praias, as terras. O senhor gosta muito de pássaros, então estive a falar-lhe do Ossobô. Ficaram bastante entusiasmados, pois amanhã já iam ter 1 jipe para ir passear. Estavam também curiosos sobre a língua portuguesa, então estive a traduzir-lhes algumas palavras que queriam saber. Costumam viajar muito, conversámos bastante, achei-os umas pessoas maravilhosas. Quando dei por ela, já eram 23h. Os chefes estavam de saída, muitooo animados. A chefe maior veio dar-me um grande beijinho e agradecer a dizer que tudo estava perfeito. Heheh. O sr. Cunha estava por lá e depois das despedidas, subi para a mota (mais 1boleia) e rumei a casa!
26/1/11 Savage garden
Passei o dia em casa doentinha, a gripe tinha chegado para me atacar desta vez. Bem chato. Uma dor de cabeça constante. De manhã ainda me encontrei com o António, guia da associação Monte Pico, que veio ver o tamanho do jardim. Com o meu livrinho de plantas de São Tomé estive a dizer-lhe as plantas que gostava de ter e ele vai-me arranjar todinhas…O Edu, miúdo que veio com ele para capinar, esteve a levar o lixo do quintal para o jojo (pois o Humber já tinha tratado de capinar J ) e depois plantamos coentros e açafrão, que eles trouxeram de Monte Café. Acho que quando tiver tudo vai ficar um espectáculo. Até rosas de porcelana! Também vou pôr algumas sementes que trouxe de casa, da Horta de São Bento, a ver se dão. Estou entusiasmada.
Estive a trabalhar no nosso projecto (por enquanto ainda está em criação e por isso é surpresa). Estou com um bom feeling, Alex!
O vizinho veio chamar por mim a perguntar se eu gostava de jaca.. E eu fiz um grande sorriso J ” Ah então amanhã vou trazer jaca para você “ Por este andar vão me empanturrar de jaca! Não reclamo…

domingo, 30 de janeiro de 2011

25/01/2011

Mais uma dia em que acordo neste resort onde os dias vão-se tornando monótonos. Como só ia trabalhar às 13h lembrei-me de perguntar aos marinheiros se podia ir com eles no carioco buscar o pessoal de Belomonte…eh eh…lá fui às 7h30 dar uma voltinha no carioco, é bem mais pequeno que o do Ilhéu das Rolas! O passei foi giro, os marinheiros iam fazendo comigo uma visita guiada…íamos quase até à costa para eu poder tirar umas fotos…deu para conhecer as praias dos arredores (Campanha, Burra, Caju, Seabra…) e ainda as aldeias piscatórias. Numa dessas aldeias estavam dois portugueses a morar numa tenda há um mês segundo o que o Jackson me disse…deve ser uma experiência bem engraçada mas gostava de perceber porquê aquele sítio…nem é dos mais bonitos! Bem mas o mar estava com uma cor fantástica com o contraste das rochas pretas, lembrou me o ilhéu na zona das Furnas…eh eh…para além de azul, a água do mar estava tão cristalina que eu conseguia ver o fundo…fogo! Deu-me saudades dos mergulhos! Sei que ias adorar este pequeno passeio princezinha! Chegados à praia Caju, estavam os dois maçaricos à nossa espera…e lá vamos nós de volta para o Bom Bom! Quando finalmente o carioco parou no cais vejo um lindo passarinho preto com o bico vermelho vivo…super lindooooo…não me deixou foi tirar foto! Aproveitei que estava pertinho do restaurante e fui tomar o pequeno-almoço e depois fui até ao quarto! Por volta das 13h estava na recepção para mais umas horinhas de trabalho, que por acaso foi muito…estive a fazer compras online no Ikea para as coisas que iriam para as casas do novo projecto de Belomonte. À noite, jantar e caminhaaa…


A.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

24/1/11
Dia passado em Oque del Rei. Queria ter ido à cidade encontrar-me com a Edna mas não foi possível, não estava a sentir-me em condições. Fui até ao Mercado comprar uns legumes, estava com saudade do sabor da abóbora! Também fui visitar os vizinhos simpáticos que moram em frente à minha casa, estavam a almoçar fruta cozida. Depois fui para casa, estive a lavar o chão e alguma roupa e ainda a assar fruta, cozer grão e um molho para acompanhar.
Telefonei à Minerva a saber novidades sobre o bebe dela, o meu ou minha afilhado(a). Heheeh, estava marcado para hoje mas o Gerry disse-me que ainda não! Espero que corra tudo bem! Depois chegou o Humber e um pouco mais tarde o Osmar e o Clemente apareceram! Não os víamos há mais de uma semana! Estivemos a pôr a conversa em dia! Foi fixe! Eles bazaram e bateram à porta…quem será? Penso eu. Aparece o miúdo, de novo, com jaca na mão – “para ti Margarida”. Oh, tive de lhe dar um beijinho! Tão fofinho! O resto da tarde foi em casa, assim como a noite!
23/1/11 Micoló e Emilia!
Bom dia! Estava um belo sol para ir até Micoló. Ainda não eram 7h30 e já estava a sair de casa para ir comprar pão à vizinha dona Lena. O miúdo que apanha a fruta passou a correr e faz-me um sorriso e cumprimenta-me alegremente. Digo para ele ir lá ao quintal apanhar frutas porque há muitas boas para serem colhidas. Fica todo contente e vai a casa buscar o gancho. Passado um pouco lá está ele todo empoleirado lá no alto da fruteira! Apanhou 4! Duas ficaram para ele e as outras duas distribuímos pela dona Lena que pediu uma e pelo vizinho que veio espreitar todo bem disposto! Devem estar a perguntar como ela não quis nenhuma para ela.. Em casa já tinha 2 a descansar, à espera de ficarem pontadas para as assar! Passados uns minutos vem lá o miúdo (tenho de aprender o nome dele) dar-me jaca! Fiquei toda contente! Às 8h45 batem a porta, pensei que era o motoqueiro Pik mas era a Gina. Ficámos à espera dele 1 hora e nada!! Liguei ao Celso e ao Fabio e lá fomos os 4 a voar para Micoló! Foi uma viagem bem fixe! Chegadas lá fomos perguntar pela Nina ao mercado. Estava em casa! Fomos beber uma cervejinha e um sumo (ainda eram 10h da manhã mas já estava um calor infernal) e depois seguimos para a casa dela. Estava a preparar molho de búzio do mato no quintal. Estava lá o pequenito dela a gatinhar pela terra. Tão fofinho que ele é! Ela explicou que o calulu ia ter de ficar para outro dia. Não há problema!! Vamos curtir as horas que temos pela frente! A avó dela, que é mt porreira, apareceu toda feliz por me ver, e tratou logo de nos ir buscar 1 garrafa de vinho de palma e búzio do mar. A Gina deu um golinho no copo e ficou por ali. Eu e a Nina tratamos do resto, estava bem doce, o vinho de palma mais doce que bebi até hoje. Estivemos na conversa, foi muito divertido! Ainda lhe saquei algumas receitas! O quintal dela tem diversidade – bananeira, fruteira, limoeiro, mamoeiro, umas folhas medicinais e mais umas coisas! Ela foi vender para o Mercado e nós fomos dar uma volta! Já estavam todas as tascas com gente a grelhar peixe e búzio! Uma maravilha! E tudo bem fresquinho! Fomos comer mais búzio e peixe com fruta-pão. A Gina acompanhou-me em tudo, até na cerveja! Conversámos, fizemos uns planos e depois voltámos ao Mercado que já estava bem composto! Lá estava a Nina a vender o seu búzio e banana, um prato a 15mil! É mt barato mesmo! Nós já estávamos um pouco cheias mas tínhamos de provar o búzio dela! Ainda dancei 1 bulaué com o bebe dela ao colo! Toda a gente ficou a rir, todos contentes de ver a “branca que sabe dançar”! Havia uma vizinha dela a fazer izaquente de azeite e estivemos á espera, à espera, mas depois fomos informadas que só mais a meio da tarde. Já não dava para esperar muito mais tempo, então a senhora arranjou-nos um pratinho de calulu! HUMMM, uma maravilha! Mesmo assim não deu para comer tudo… a barriga já não dava para mais! Estiveram-nos a contar uma história sobre uma senhora doida (que andava por lá semi-nua a rastejar no chão). Pelos vistos ela está assim porque um homem que ela rejeitou era curandeiro e fez-lhe um feitiço. Por acaso o senhor também estava lá no mercado e foi um pouco assustador… Quer dizer eu não acredito nessas coisas mas as pessoas aqui acreditam mesmo… A Nina até disse que ele tem cabeças de mortos em casa!
Despedimos das amigas, metemo-nos na Hiace para a cidade e fomos a casa buscar os bikinis! Destino Praia Emilia! A água estava bem quente! Soube bem pois por esta altura o ar estava um pouco fresco. A Gina, como tinha ido desfrisar o cabelo no dia anterior, entrou na água com uma daquelas toucas transparentes! Foi uma risota, estava tão cómica! Passaram 3 colegas do Omali por mim e eu no bem bom! O Edson veio ter connosco, estivemos a dar uns toques na bola e depois como não havia dáua, fomos embora! Em casa já nem deu para comer mais nada e à noite com o Humber estive a ver um filme Eyes Wide Shut com o Tom Cruise e a Nicole Kidman, depois do Equador!
22/1/11
Sábado em casa…
De manhã fui até ao Bairro do Hospital visitar a “família”. Estive com a Manaé que me ofereceu uma fruta-pão! Depois fui fazer negócio de um tecido africano com uma outra vizinha do quintal da Gina. A verdade é que ela me quis roubar, fazendo me pensar que estava a comprar 2,5m quando na verdade nem 1,50m de comprimento o tecido tinha. Ainda disse que o tecido era novo, que nunca o tinha usado, o que também verificámos depois que não era verdade. Para quê mentir? Tem pernas curtas. Ainda por cima eu queria aquele tecido a todo o custo, pois já andava a caça desde o ano passado. Fomos à casa da Tete buscar os meus vestidos novos e medimos através de um tecido igual que a mãe dela tinha novo e apanhámos o Pinóquio! A mãe dela ofereceu-me o tecido que ela tinha, este novinho em folha e fomos pedir o dinheiro de volta à outra moça. Fui para casa carregada de carambola, pois lá no quintal da sogra da Edna tem 1 caramboleira (?)que está carregadinha. Esta carambola é bem saborosa! O resto do dia passei-o em casa a ouvir música, ler, escrever e descansar um pouco a cabeça …
20/1/11
Hoje o dia foi calmo com uma ida à Internet logo pela manhã no Bairro Português e o resto do dia, foi passado na casa da Edna com ela, a Santinha, a Gina, a Teté, as crianças todas e em casa. Ao final da tarde a Gina apareceu para darmos dois dedos de conversa mas acabou por não ir á escola e ficou comigo. Fomos comprar cerveja, sumo e doce de coco e aquecemos a comidinha que eu tinha feito de manhã. Estivemos na risota e a ouvir musica. Foi um bom serão e depois Cama!

sábado, 22 de janeiro de 2011

Folga no Príncipe

Eram 6h quando despertei. Ai, pensei eu! Tenho que me despachar… Às 7h00 partiria para a cidade no carro do pessoal. Como eu sou a pontualidade em pessoa eram 6h45 e já estava junto do portão. Estive na conversa com um dos seguranças que fez noite que me contou um pouco da vida dele…eh eh… Às 7h00 em ponto chega o camião com o pessoal, sim um camião não uma carrinha. Daqueles de caixa aberta com dois bancos de madeira para o pessoal se sentar. Adorei! Para a próxima haverá um registo fotográfico do episódio. Bem, mas eu fui no banco da frente visto sermos apenas dois a deslocarmo-nos à cidade, àquela hora. No caminho fomos apanhando algumas pessoas que também iam para a cidade. Não se deve ir nada confortável lá atrás, ainda por cima a estrada é péssima…e se chover a malta molha-se…enfim, típico cenário de África!

Cheguei à cidade por volta das 7h40…tinha combinado ligar ao Hélder assim que chegasse e assim o fiz. Ainda esperei 20 minutinhos por ele e fui tirando fotos às calmas ruas da cidade de Santo António. Foi muito estranho para mim porque muitas lojas ainda se encontravam fechadas e não havia quase ninguém nas ruas, se fosse em São Tomé a rua já estava cheia de gente e a maior parte das lojas estariam abertas. Perguntei a uma senhora onde poderia tomar um cafezinho e ela disse-me que aqui era muito difícil, só encomendando. Fiquei parva a olhar para ela! Não há um único cafezinho onde se possa tomar um pequeno-almoço normal, like pão com manteiga? Finalmente chegou o Helder, subi na moto e parámos junto ao mercado numa tasca a perguntar se podiam fazer-nos um pequeno-almoço. A senhora disse para esperar só um cadinho que ela já ia fritar peixe e banana. Eu disse: não, quero um pão com manteiga e um cafezinho por favor, o meu estômago não aguenta fritos logo de manhã. Ela disse então que ia arranjar qualquer coisa para mim mas que iria demorar. Então decidimos ir a Porto Real, conhecer uma das mais importantes roças do Príncipe, enquanto ela preparava algo. O caminho para esta roça é bem bonito, pena chegar lá e deparar com ruínas aliás muito poucas. Viam-se partes do antigo hospital da roça, que estavam totalmente cobertas por trepadeiras e no quintal da roça, como o Helder o chamou, continuavam pessoas a ocupar as antigas casas dos trabalhadores. Obviamente que as casas estão muito mal conservadas mas parece que as pessoas não se importam de morar num sítio assim. Demos um passeio pelo quintal onde as crianças me pediam para tirar fotos…incrivelmente não me pediram doces nem me chamaram branca…saídos da roça, fomos directos até o tasco da Sra. Não me lembro o nome que já tinha preparado um pratinho com peixe e banana para o Helder e tinha ido comprar pão e manteiga para mim. Bem nem vão acreditar na manteiga que ela me trouxe, margarina para cozinhar “Evita”…que nojo…e não havia café para empurrar o pão…enfim, só no Príncipe…eh eh…depois deste fantástico pequeno-almoço, partimos rumo a Nova Estrela…lá vou eu visitar mais uma roça abandonada por este povo…Ainda fica a uma distância da cidade mas o caminho é tão bonito e respira-se um ar tão puro…Chegados à roça percebemos que a escola estava em funcionamento! Que bom! Imensas crianças a jogar, os meninos jogavam futebol e as meninas o jogo do elástico! As meninas vieram logo a correr pedir para eu tirar umas fotos e claro que cedi ao desejo delas. Enquanto se preparavam para fazer pose, pedi-lhes que ficassem a jogar, ficou bem mais bonita a foto! Tinham um sorriso tão bonito! Estivemos na conversa com uma das professoras que nos disse que eram 6 turmas, uma de cada ano até ao 6º ano. Teve a queixar-se que os meninos eram muito desobedientes e que na turma dela eram 38, imaginem só. Mas a turma do 5º ano tem 48, lotação esgotada como disse o professor. Parece que também frequentam esta escola, os meninos da aldeia de Abade porque lá só existe infantário. A professora também nos disse que não têm electricidade e água canalizada, o que é um pouco triste. Mas as aulas vão sendo dadas à mesma e as crianças são felizes. Depois desta maravilhosa visita à escola fomos até Abade. Mais uma estrada com buracos, pessoas a tentar reparar a mesma, subidas, ou seja, mais um kuduro…eh eh…quando se chega a abade fica-se maravilhado com a vista, primeiro passamos por uma pequena aldeia piscatória e só subindo se chega a roça. É das poucas que fica situada junto à praia. Primeiro fomos lá acima, a mansão da roça foi reabilitada por um português que fez dela uma pensão mas estava fechada. Tem um relvado enorme com imensas flores à frente e a paisagem é muito linda. Ao longe vê-se um ilhéu com forma de boné ao qual chamam Boné de Jockey e ainda o Pico Papagaio (680metros). Após esta pequena paragem, onde apetecia mesmo beber uma bitola por causa do calor, fomos até à aldeia piscatória. O Helder disse que era a aldeia que mais peixe secava e ainda enviava para São Tomé. Quanto a mim, essa secagem de peixe é horrorosa, o peixe fica ali ao sol dias e dias, invadido por moscas e outros insectos, com um cheiro insuportável. Mas as pessoas gostam e é com esse peixe que fazem o típico molho de fogo tão conhecido da ilha. Seguimos para a cidade de novo porque o Helder tinha que ir trabalhar mas antes fomos beber a tão esperada cervejinha ao D&D onde se juntaram a nós a Vilma (uma das mulheres do Helder) e o Gége (trabalhador do Bom Bom). O Gége veio de São Tomé, já tinha estado a trabalhar no ilhéu das Rolas e disse-me que não gostava muito do Principe e que estava a pensar ir embora daqui a dois meses. Concordo com ele, esta ilha é demasiado calma para quem vem de ST. Este rapaz parece um pouco aluado e gosta imenso de conhecer mulheres…eh eh…dangerous guy! Por volta das 12h30 apareceu o Ati para me fazer companhia durante o almoço na Pastelaria do Ramos (chefe de restaurante que parece filipino). Não chamaria aquele sítio de pastelaria pois não tem nem bolos, nem pão, nem café, nem Sagres…a Sra. Domingas, professora e mulher do Ramos, é bastante simpática mas não fez o molho de fogo que eu tanto ansiava provar…fiquei tão triste, mas ela prometeu fazer para mim numa próxima, tendo preparado um peixinho grelhado com arroz de ervilhas, legumes e banana frita. O Ati não quis comer então lá ataquei eu o prato. Conversámos imenso mas logo percebi que a mentalidade dele era igual à de muitos homens santomenses, o que me deixou um pouco desiludida. Homens tão possessivos e tão liberais ao mesmo tempo. Para ele, estarmos ali os dois a conversar não tinha mal mas se fosse a mulher dele com outro homem já teria. De repente começa a chover…uau…e agora? Eram quase 15h e tinha que passar no banco para buscar um papel para o Hotel. Lá fomos, à chuva, pelas calmas ruas da cidade. Não parou de chover até chegarmos ao Bom Bom e piorou quando nos estávamos a aproximar. Foi um belo banho de chuva tropical e soube muito bem. Pena ter chovido o resto da tarde, o que me impossibilitou de ir ver as tartarugas à Praia Grande. Hoje tive companhia para o jantar, o Thomas, um holandês que está cá por causa do projecto de Belomonte. Ele está a desenhar as novas casas dos habitantes da roça para que façam lá um empreendimento turístico. Perguntei-lhe se as pessoas não se opuseram à construção do empreendimento já que teriam que sair das casas onde estavam mas parece que ficaram bastante felizes pois cada família ia ter a sua própria casa e iam ter acesso a água e electricidade. O Thomas é bastante simpático e quer imenso aprender a falar português. Finalmente uma conversa um pouco mais interessante do que aquela que se tem com a maioria dos locais que só querem saber de mulheres e filhos e kizomba…eh eh…noite agradável…fui para a cama! Esqueci-me de contar que fui picada pelo “bicho do corpo” como eles dizem. É um bicho que se mete dentro da pele, não é aconselhável espremer e dói dabuso…e foi no raboooo…eh eh


A.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

18/1/11
Hoje dormi de abuso, soube bem pois estava com uma preguiça de sair da cama.. Tomei o meu pequeno-almoço bem tarde e depois fui para a cidade. Fui para o Café Companhia para variar um bocadinho o cenário. Queria apenas fazer 1 transferência, responder a uns emails, mas depois surgiram alguns assuntos para tratar e fui ficando. Estive a navegar até as 17h. Aproveitei para rever algumas pessoas que não via há algumas semanas. A Cleusa voltou ao trabalho (esta é para a Alex), ela está boa e manda-te beijinhos! Eu ainda não tinha almoçado, estava com um buracão no estômago. Aqueci o meu guisado de grão e arroz. Como seria de esperar, comi de abuso…
Mais tarde fui ter com a senhora da Petisqueira aqui ao lado que faz 1 delicioso concon com fruta-pao. Chama.se Claudina, é mt querida. Ela é td despachada! Tem 3 filhos! Vai-me emprestar um traje africano que tem bem bonito (qd está com ele parece 1sereia) para a costureira fazer igual para mim. Estive a conversar com ela pois quero ajuda-la a pôr o estabelecimento mais atractivo, levei uma toalha de mesa que tenho em tecido africano com guardanapos a condizer… e estivemos a escolher 1 nome para mandar fazer uma placa para colocar à vista de todos! Ela diz que esta com planos para obras, pintar e por um telhado de zinco. O aspecto não está o melhor. Na cidade ela é muito conhecida pelo concon que é 1 peixe bem marinado em malagueta e outras coisas que depois é grelhado e tem 1aspecto esquisito, uma cara esquisita e tipo com 2 asas. Aqui em São Tomé há peixes voadores que na literatura santomense são muito evocados…
A minha irmã ligou-me a dizer que estava a dar uma reportagem sobre São Tomé na tv portuguesa – entrevistas a mulheres a falar sobre os métodos contraceptivos e a infidelidade! Essa é coisa séria por estes lados… Enquanto ela falava eu via outra reportagem na rtp África sobre São Tomé, mais sobre antigamente, as Roças, as datas históricas da ilha, algumas lendas e heróis. Gostei bastante. Falou uma professora da Universidade de Lisboa, Inocência Mata, santomense, referindo-se ao dialecto do Príncipe (o lunguié) que, hoje em dia, é apenas falado pelos mais velhos e nas canções folclóricas da ilha. Falou muito bem, de como é importante preservar os dialectos, pois fazem parte da cultura e tradições.
Hoje enviei uma carta para o meu tio-avô dando notícias e enviando fotocópias de vários artigos interessantes no tema do artigo escrito por ele sobre Ana de Chaves, senhora que, segundo as suas investigações, seria irmã da Misericórdia de Vila do Conde, que dá o nome à famosa Baía de São Tomé, a 1 pico e a 1 ribeira. Acho que arranjei algumas informações pertinentes!
Antes de dormir ainda tive direito a um telefonema que me aqueceu durante o sono ~
17/01/2011

O despertador toca às 6h15. Hora de acordar! O dia prometia algumas coisas novas. Vou espreitar pela janela, o céu estava escuro e ameaçava uma chuvada. Tenho mesmo azar! Voltei para a cama e passados 10 minutos começou chover dabusoooo… bem, ainda não é desta que vou conhecer a filha do Pedro, o comandante do ilhéu das rolas. Fiquei bem chateada, liguei a TV para voltar a adormecer. Por volta das 9h acordo com uma chamada do Apolo, porra…nunca me liga e hoje que eu estava a dormir tão bem. Mas soube bem ouvir a voz dele…eh eh…acabei por ficar no quarto a ver uns filmes e a ouvir a chuva cair até as 13h00, já que só ia trabalhar a essa hora! Por volta do meio-dia fui até ao restaurante para comer qualquer coisa já que ainda não tinha comido nada. Comi uma tostinha e lá fui eu trabalhar. Estávamos à espera de 4 clientes apenas, que viriam do Douala. Fiquei sozinha durante a tarde toda na recepção tendo que fazer o check-in dos clientes, o Helder e a Ilka foram até à cidade aproveitar a festa do Príncipe. Durante a tarde recebi a visita do embaixador de malta que vinha comprar uma camisola e me pediu uma opinião, ele é bastante simpático e gosta que lhe dêem conversa, deve ser da idade. Quando estava na hora de fechar o “tasco” liguei para o bar a informar que ia transferir as chamadas para a casa dos directores, olho lá para fora e vejo uma ratazana enorme a descer uma árvore. Que bicho horrível! Nem queria acreditar! Pensei: e agora como saio daqui? Tive a sorte dum segurança, o Aníbal, passar pela recepção para levar uma garrafa para o bar e veio ajudar me a sair dali…eh eh…Maggie tive um medoooo… Entretanto como eu ia jantar disse ao senhor que levava a garrafa para lá mas antes passei no meu quarto. Quando estava a subir as escadas, pisei a saia e pumbaaa…caí e fiquei com a perna presa e ninguém para me ajudar. Estava com as mãos cheias, estava preocupada com o Gin e com algum esforço saí da armadilha…nunca mais vou trabalhar de saia comprida…fiquei com o joelho todo pisado…opa…ainda me deu para rir…mas nem vão acreditar no que vou contar! Quando cheguei lá acima disseram-me que um rato passou da cozinha para o restaurante e um dos empregados de mesa pisou o com o pé…bah…que nojo! Parece que os clientes o ouviram a guinchar…ainda bem que eu não estava lá...ufaaaa…o resto da noite foi normal, jantei e depois fiquei um pouco na conversa com a minha equipa predilecta do restaurante, o Amilcar, o Ati e o Ney…são uns fixes…eh eh…
16/1/11 Festa…
O dia começou cedo, eram 7h e já não conseguia dormir mais.
Manhã passada calmamente, ocupada com as coisas da casa. Dei um breve passeio pelo bairro, comprei safu, milho e jaca. O meu almoço. Estive a conversar com a senhora vendedora. É muito simpática. Andei a chamar os putos, meus vizinhos, para virem apanhar fruta pois a fruteira está carregada Não é que agora que peço, ninguém aparece! É cada coisa…
Fico a saborear o meu almoço e a apanhar um solzinho no meu quintal! A Gina apareceu com sape-sape, fruta-pão e peixe-rainha para mimJ What a nice surprise! Para variar esta miúda ao fim de semana parece 1 furacão, vem de repente, marca a sua presença e desaparece rápido como veio!! Mais tarde chegou o Humber de mota para irmos à festa de Santo Amaro. Tínhamos combinado com mais 2 amigos, que disseram que apareciam a uma hora e nada! Depois de uma longa espera e alguma indecisão, decidimos ir andando. A terriola estava cheia de gente na rua e ao lado da igreja onde estavam a tocar Bulaué. Estava tudo animado! Encontrei algumas amigas do Bairro do Hospital e uma senhora de Oque del Rei. Não me sentia à vontade para dançar, então diverti-me a ver as senhoras mais velhotas a dançar! Tem 1 piada! Cheias de genica! Isto de ser africano não é a mesma coisa… Mas depois pensei, há de tudo, em todo o lado pois lembrei-me da minha avó de 80 e tal anos que há um tempo atrás nos anos da minha irmã foi até à porta da discoteca de Vila do Conde às tantas da madrugada com o pessoal para ir dançar!! Não havia grande venda de comida na rua, e eu estava com fome então fomos a casa de uns amigos dele para conviver um pouco, beber e comer. Por voltas das 19h voltámos para casa! Estive a ver a série do Equador e ainda a Operação Triunfo. Después, buenas noches!

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

15/01/2011

Hoje tive direito a dormir mais uma horinha que o habitual já que teria de ficar até à hora de fechar a recepção, 20h00. Só entrei às 11h e mesmo assim foi cedinho tendo em conta as horas que se devem trabalhar...eh eh...lá estou eu a lamentar! Fiquei pela cama até às 8h30, tomei um banhito e fui tomar um super pequeno-almoço. Vou-me habituar mal a um pequeno-almoço recheado de coisas por onde eu posso escolher. Depois de encher a pança fui dar um passeio pelo resort para tirar algumas fotos já que a minha fofinha me enviou a dela. Fui até um terraço que fica num monte! Já me tinham falado desse spot desde que cá cheguei mas ainda não tinha ido lá. Confirmei com o Paulino (jardineiro filipino) o caminho até ao famoso local e ele acbou por me fazer companhia até lá. Fio bem simpático, preciso muitas vezes de falar com alguém e não estar sempre a partilhar tudo comigo própria. Então lá fomos os dois, quando olhei para a paisagem lá do cimo fiquei encantada. Imensas árvores fazem sombra naquele lugar, ouve-se o canto dos pássaros (um deles amarelos mas ainda não perguntei o nome, peço desculpa aos curiosos), aprecia-se de novo o azul do mar característico deste país, avista-se a praia Campanha. Estava um dia lindo, o sol brilhava como eu ainda não tinha visto nesta ilha...aquele é sem dúvida um optimo lugar para se apreciarem as estrelas à noite. Estivemos os dois na conversa! O Paulino deve ter cerca de 50 anos, deixou a família nas Filipinas, dois filhos já crescidos e uma netinha. Eh eh...falou me das saudades que tem deles e está ansioso por voltar a estar perto deles. Já está em São Tomé há 6 anos! Senti uma nostalgia quando ele falou da netinha lembrando-me o Martim, que já deve ter mudado bastante. Depois quando chegou a minha hora lá fui até à recepção onde permaneci até as 20h00.

Jantar e cama...típico...

A.

Um ano depois...

14/1/11
Hoje é um dia histórico. Não é para Portugal, nem para São Tomé e Príncipe, mas sim para mim e a Alexandra. Hoje faz um ano que viemos pela primeira vez para São Tomé! Lembro-me perfeitamente de estar a sair de casa com o meu pai e de estar com uma sensação estranha, um misto de tristeza e entusiasmo, por um lado ia deixar ficar para trás a minha casa, família, namorado, amigos e, por outro, ia embarcar numa nova aventura em África, ainda por cima em São Tomé e Príncipe, país presente nos meus sonhos que ansiava conhecer há muito! Lembro-me de encontrar a Alexandra e toda a sua família no aeroporto e de ela só chorar… Chorou todo o tempo! Eu não sabia o que dizer, o que fazer! Mal nos conhecíamos! Um dos meus medos é andar de avião, penso sempre que o avião vai explodir ou cair no meio do ar, no oceano… A viagem foi calma, conhecemos alguns portugueses que também iam trabalhar para São Tomé. A aterragem demorou uma eternidade para mim…Estava à beira da janela e já via terra à não sei quanto tempo e nunca mais aterrávamos. O pior foi quando parecia que íamos “aterrar” no mar… Era só mar, mar, mar! Tive de pôr as mãos nos ouvidos e tapar os olhos. Lembro-me de pensar “nunca mais quero fazer esta viagem na vida”! Grande ironia… mais valia estar “calada”! À saída do avião só conseguia sentir o calor húmido, a roupa colada e pensar como o aeroporto era pequenito. Lembro-me da viagem na carrinha do Pestana e de observar pela primeira vez o mar pela Marginal.
Um ano mais tarde, cá estamos de novo! O destino prega cada partida! E eu que não acreditava nada nessas coisas… Hoje choveu muito, das 8h da manhã até à hora do almoço! Trovoada, a casa até tremeu! Pensei nos temporais que estão a acontecer um pouco por todo o mundo (Brasil, Moçambique, Austrália) e ainda pensei que se acontecesse alguma coisa eu estava aqui sozinha… quem viria à minha procura? Alguém se lembraria da branquela?!
Fui à cidade para ir buscar um garrafão de água, ir ao Banco buscar o meu livro de cheques (é que levantar dinheiro em São Tomé só funciona a cheques) e ir aos Correios buscar a encomenda que a Sofia me tinha mandado. Não é que o motoqueiro que me trouxe também é locutor de um programa para jovens da Rádio Viva e quer me entrevistar ?? Hehehe, mais uma entrevista! Estou a começar a sentir-me importante… Volto para casa depois de comprar “5 conto de jaca” e uns pasteizinhos de peixe no mercado de Oque del Rei. Gosto de contribuir para o comércio local e não é que a jaca aqui é bem doce e os pasteis estavam uma maravilha!
Começo a pensar que devia escrever mais e ponho-me a estruturar algumas ideias! Reúno blocos de notas antigos, pego nalguns livros, ligo o computador, a mesa já está cheia e eu preparada quando batem ao portão…Recebo o Nicky que veio para acertarmos algumas coisas sobre a casa. Vou mesmo ficar por aqui. Acabaram-se as buscas! Está-se bem é em Oque del Rei, apesar da lama e das crianças atrevidas… J
M.M.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Viagem pelo Príncipe - 13/01/2011

Acordo nesta ilha tão pequena e isolada do mundo um pouco mais animada pois hoje, finalmente ia conhecer alguns sítios da ilha. A manhã passei-a na recepção com os meus queridos colegas, Helder e Ilka, a trabalhar um cadinho embora me sinta um pouco a mais porque agora já não tenho o meu próprio posto de trabalhar tendo eles que dividir o deles comigo. Almoçei por volta das 13h00 e as 14h00 estava prontinha para a excursão. O Ricus e a Pietro, sul-africanos, disseram-me para ir junto com os clientes à excursão para conhecer um pouco mais do príncipe já que estava a trabalhar aqui e estava em contacto com os clientes. O percurso era o seguinte - Roça Sundy, Santo António (cidade) e por fim a roça Belo Monte. Estava muita entusiasmada. Às 14h00 partimos rumo ao primeiro destinho numa carrinha de caixa aberta que tem um telhadozinho e dois bancos de madeira virados para o exterior. Os clientes eram portugueses, já de idade, tendo dois deles ido à frente junto ao motorista porque não conseguiam subir o carro. Os dois clientes que iam comigo atrás eram uns queridos, fartaram-se de falar comigo, partilhando comigo algumas das suas viagens. A estrada que virava para a Sundy e Ponta Sol estava em muito mau estado, cheia de buracos o que atrasou um pouco a nossa chegada à mesma. No caminho encontramos duas sras que vinham a pé e nos pediram boleia, mandámos logo parar o carro. Iam para a Sundy e estavam a caminhar desde o meio-dia, vinham a pé da cidade depois de umas horas de trabalho. Parece que já estão habituadas ao trajecto mas acredito que uma boleia de vez em quando sabe bem. Trocamos palavras com elas, ambas com idades entre os 40 e os 50 anos, uma com 6 filhos e 3 bisnetos e a outra com 5 filhos tendo um deles apenas 4 anos. Uma delas era doméstica e a outra trabalhava nas ruas, esta última queixava-se do baixo salário que lhe pagavam (500.000 dbs - 20 euros) e ainda não lhe tinham pago os últimos dois meses. Tive bastante pena da senhora porque ela referiu muitas vezes que passou as festas sem dinheiro e sem poder dar um presente ao seu filho mais novo. A vida realmente é muito injusta. Uns com tanto e outros sem nada. Chegados à Sundy, fiquei maravilhada com a paisagem. Sundy era uma das casas da família Real Portuguesa. Ela possui um grande hospital, uma igreja, uma loja, estábulos, secadores de cacau e café, uma mansão enorme, dormitórios para cerca de cem trabalhadores e um caminho-de-ferro utilizado para transporte de mercadorias. Uma coisa linda! Como na roça Agostinho Neto em São Tomé foi possível visitar a mansão que só o hall de entrada me deixou encantada. Era enorme! Uma sala de jantar com uma grande mesa, como eu gostaria de ter um dia na minha casa! E depois, outra coisa que me chamou a atenção foram os quartos na parte superior da casa, que eram feitos com mobílias tradicionais do Alentejo e das cores dos três grandes clubes (benfica, porto e sporting), eh eh... comentei com o Sr. João, o motorista que aquela casa dava uma pousada de charme que é um luxo! eh eh...depois da visita à casa estivemos lá fora na conversa com algumas senhoras e crianças que ali se encontravam, uma delas, a Elsa prometeu assar fruta para mim num dia a combinar. Também foi o local onde o Sr. Arthur Eddington provou em 1919 a teoria de Einstein. Partimos rumo à cidade, aproveitamos para dar boleia a algumas pessoas que iam estudar à noite. Uma delas com 27 anos estava a concluir o 9º ano e o marido nem se opôs, o que é estranho em São Tomé e Príncipe. Mais uma vez o sr. Ribeiro Bento fez todas as questões possíveis e imaginárias às senhoras. Gosto tanto de clientes assim, curiosos, mas sempre na medida certa. A passagem pela capital foi bastante curta pois o tempo estava a escassear e ainda tínhamos a outra roça para conhecer. Portanto foi passar só por algumas ruelas sempre no carro. À saída da cidade, estava uma menina a vender Bôbo frito, um doce típico do Príncipe. Depois, lá fomos nós na rua do kuduro em direcção a Belo Monte. Ainda é longe ou então a péssima estrada faz parecer isso! É sempre a subir, passamos por algumas plantações de cacau mas, com muita pena minha, não havia nenhum maduro para dar a provar aos clientes. A entrada da roça é lindaaaaa... um arco enorme, um jardim...a casa principal, os dormitórios, enfim as coisas que compõem as roças fazendo delas uma mini cidade. Fomos até lá acima! Descemos do carro, e quando fomos ver a paisagem ficamos espantados. Um mar azul, imensa vegetação lá no fundo e a famosa praia banana, conhecida por lá ter sido gravado um dos anúncios da Barcardi. Segundo o Sr. João foi neste local que um senhor do qual não me lembro o nome se encontrava quando lhe foi anunciada a morte de Salazar, tendo que interromper a sua visita a ilha para se deslocar a Portugal. A praia banana é bem bonita, coberta de palmeiras, um areal branco, uma água cristalina, um espaço perfeito para se namorar um cadinho...eh eh...ainda podemos ver uma árvore de café arábico, utilizada para fazer o café de São Tomé mas como ainda não estava madura não se pôde sentir o verdadeiro cheiro a café! Uma pena...regressamos a casa, ao Bom Bom, depois de uma viagem cansativa só apetecia ir tomar um banho e deitar na cama. Aqueles bancos de madeira não são nada confortáveis para fazer uma viagem tão longa numa estrada destas mas foi óptimo e os clientes também gostaram imenso.
Voltei para o trabalho, saindo às 20h00...fui jantar e dormir no meu novo quartooo...

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

11/01/2011

Oi oi,

ao invés da Margarida não tive um dia especialmente fantástico. O dia começou mal quando tive uma das piores chamadas da minha vida...senti-me cair...chorei até nao aguentar mais, precisava de libertar algumas energias. Os meus colegas foram simplesmente espectaculares e o Helder decidiu levar-me com ele à cidade para eu ver como era o movimento durante o dia e aproveitamos para tratar de alguns assuntos do hotel. Por volta das 11h saímos do Bom Bom rumo a Santo António, a cidade...fomos de motaaaa...soube bem! A paisagem é realmente bonita, o verde é constante nesta ilha, vêm-se muito poucas habitações! Passamos pela zona onde costumam aparecer os macacos mas não tive essa sorte, nem os pássaros se mostraram, devem ter algum medo de serem caçados pelos humanos...embora a paisagem seja bela, a estrada é péssima, então depois do aeroporto é o chamado Kuduro...credoéee...a viagem cansa um cadinho! Passado 25 minutos chegamos à cidade, bem a primeira vista é fantástica, um areal enorme de areia escura onde se encontra o porto para os barcos...algumas casas coloniais, algumas abandonadas e outras reaproveitadas para alguns serviços da cidade. À entrada temos logo o posto de polícia, uma rotunda com uma estátua e depois mais alguns edificios. A cidade é bastante pacata, vêm se meia dúzia de pessoas na rua, algumas sentadas à sombra outras supostamente deveriam estar a trabalhar mas vão conversando com quem passa...é duma liberdade extraordinária este país, sim porque isto também acontece em São Tomé!!eh eh...o edificio que mais gostei foi o da migração, lembrou me Diogo Vaz, as portas enormes, uma escadaria bem bonita, quadros na parede...adorei...conheci algumas pessoas que lá trabalham mas mesmo nesses sítios vê-se muito pouca gente. Fomos à segurança social, onde uma senhora já com alguma idade veio perguntar se eu era médica, respondi-lhe que não, estava a trabalhar no Bom Bom e ela aproveitou logo para me pedir emprego. Como se eu tivesse algum poder no recrutamento de pessoal. Claro que a última frase dela foi "Deus te abençoe minha filha" e depois disse-me "Jesus vai voltar", lembrei-me do meu vizinho a falar sozinho à noite...eh eh...depois passamos pelo banco, ele foi me apresentando às pessoas e todas foram bastante simpáticas dando me as boas vindas ao Príncipe. Depois de tudo resolvido passamos no D&D, um dos sítios mais IN da cidade onde costuma haver noitadas e onde tem uma esplanada bem porreira no tecto...consegue ver-se alguns pontos da cidade. Parámos para beber uma cervejinhaa, nada mau...soube mesmo bem! Com já se fazia tarde decidimos regressar ao hotel para continuar a trabalhar um cadinho...fui almoçar com o Helder, que percebeu que eu precisava de companhia...ainda me deixou ir dar um mergulhinho à praia...eh eh...então isso soube melhor ainda! Fiquei bem mais relaxadaaaa...depois por volta das 19h30 fomos os dois ao bar, sim também jantou comigo, bebemos um gin tónico e estivemos na conversa com uns clientes que estavam de partida...um casal bastante simpático, sempre a sorrir e que nunca causaram nenhum problemaaa...já uns italianos que cá tivemos...kekwaaaa...depois,

Adormeço que nem uma princesa...

A.