quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

10-11-11

10/1/11

Detesto começar o dia com alguém a bater ao portão. Desta vez nem tive forças para ir lá abaixo. Quem quiser falar comigo que me ligue, pensei. E não é que ligaram mesmo. Era o meu colega de trabalho, queria saber para onde íamos trabalhar e a que horas. Bom, fomos para o Bairro português. Enquanto não há um escritório temos ido para lá pois há computadores, internet e é de borla. Até sabe bem. Costuma estar vazio, é tranquilo, não há barulho, exceptuando uns gatinhos que costumam miar muito. Realmente quem vive no Bairro português, aqueles que trabalham na Cooperação portuguesa, são uns sortudos. As casas são bem bonitas e têm jardim.
À hora de almoço, o Clemente veio ter comigo e fomos a caminhar almoçar à d. Paula, a sra. Que faz o búzio mais picante de São Tomé. No caminho encontrámos a Edna, nossa amiga, que estava a ajudar a prima no barzito dela. Encontrou-se depois connosco, já sentados à mesa a desfrutar de uma Nacional, do búzio, da fruta-pão e de um bom carapau grelhado. Conversámos muito, foi bom para pôr a conversa em dia com a Edna! Estávamos com saudades! Pelos vistos, quem estava na mesa ao lado era o presidente da câmara de Água grande… Um senhor simpático, simples. Estive a contar-lhes um episódio caricato que aconteceu na outra noite no hotel onde trabalho. No restaurante, um senhor santomense que estava a jantar sentiu-se incomodado pela conversa que decorria numa mesa de jovens portugueses, teve mesmo que levantar a voz e mandá-los parar de dizer aquelas imbecilidades sobre o seu país. Pior foi a reacção de um dos portugueses. Só sei que ia havendo confusão e eu ali sem saber o que fazer. O senhor chamou-me à sua mesa para pedir desculpas. Tudo bem, pensei. Não é fácil ouvir certas coisas e conseguir ficar calado. Recordei que, aquando do meu estágio no Pestana, tivemos um jantar organizado pela embaixada só com portugueses. Lembro-me perfeitamente que fiquei chocada com algumas coisas que eu ouvi sobre São Tomé e eu sou portuguesa.. Não gostei nada. Imagino se eu fosse santomense…
Depois seguimos para o Café Companhia para acompanhar um amigo do Clemente que vinha entregar-lhe uma coisa. Aquilo estava quase vazio, apenas com algumas presenças habituais, como o exc. Sr. Haylton Dias , um sr. Português que está lá sempre e ainda o Eliseu. O Haylton queria mandar-me de canoa para o Príncipe a ver se eu me safava!! Estava na brincadeira comigo.. Até que estou cheia de curiosidade sobre o Príncipe. Ansiosa por lá ir! Depois de alguma conversa voltámos ao Bairro português para falarmos com a Rita. Estive a fazer facebook para o senhor Clemente, a mandar emails à família, falar com algumas pessoas no msn. Saudade…
À noite chego a casa, lembro-me de ir espreitar o depósito de água. Não é que esvaziou?? Assim do nada?? Como passei o dia todo fora devem ter aproveitado para subir o muro e ir buscar água… Eu não tenho a certeza, mas não há outra explicação. Não pode haver buracos numa semana e na outra já não haver. Também não há um espírito que rouba água.. Pelo menos ainda não ouvi nada sobre ele! Enfim, não gostei muito da recepção que a casa me deu. A minha sorte foi o céu que estava bem bonito com algumas estrelas e conseguia vislumbrar a lua em fase crescente… Soube bem..normalmente o céu está nublado! Boa noite!

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