quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Mudanças 31-10-10

Acordei muito cedo, com o meu despertador às 5.15 h da madrugada. Ainda estava escuro e, muito raro, o silêncio reinava no Bairro do Hospital. A Gina também acordou e foi engomar roupa pois era dia de missa. Às 5h30 já o Ronaldo me esperava à porta de casa para irmos correr. Corremos uns 30/40 minutos, passámos a Praia Emilia, virámos na rua do Bigodes e fomos mesmo até à pista do aeroporto (não há vedações), entrámos na zona do Aeroporto com muitas casas, igrejas de todos os tipos, escolas, e seguimos para a zona da Praia Gambôa, agora já a caminhar. Às 7h da manhã parávamos na Praia Emília para um banho no mar, como dizem os santomenses, para enxaguar corpo. As luzes matinais, os primeiros raios de sol ainda fracos, o mar quente mas refrescante ao mesmo tempo, tudo isso fez o meu coração bater mais forte...Dá uma felicidade ter o mar aos nossos pés, toda aquela imensidão, sinto como vale a pena viver para conhecer todas as dádivas da Natureza. Posso estar triste mas a beleza natural vai sempre superar a minha tristeza. Segui para casa onde preparei o pequeno-almoço (a bebida de 7 cereais) bebida com o Edson e a Gina. Fiz também uma papa de aveia com geleia de arroz que ficou bem doce, distribuí uns pratos pelas meninas do quintal ao que disseram que estava feito por mãos de fada. Hehehe.
Depois da Alex chegar do ilhéu e de algumas conversas em casa, saí com o grupo de acólitos do Bairro para a Praia Emilia, enquanto ela ficou a descansar da viagem. O calor já se fazia sentir bem forte e o mar estava muito atractivo, de cores azuis turquesa e esverdeado, lindo de morrer. Estive a ler um pouco, sendo sempre interrompida pelos habituais comentários dos trausentes. Naquela praia o pior é que há pouco areal e estámos mesmo ao lado da estrada.
Era um típico domingo de Verão em Portugal. A família vai à praia e leva o farnel. Fazem o picnic na praia, levam mesas, panelas, pratos, copos. Comem arroz com feijão, banana com peixe. Trazem as geleiras com sumos e cervejas. Não falta nada. A diferença é que há musiquinha bem alta e até dançam na praia. No mar até dançei bulaué com a Suzy. Entretanto fiquei sem água mineral. Ainda tentámos ver se havia dauas ao fundo da avenida mas a bicicleta não estava em boas condições e comecei logo a andar aos esses e passou uma Iace que me apitou logo... A Gina lá foi mas não havia nem uma... Segui para casa cheia de sede e fome, pois já passava a hora de almoço. Percorri as lojitas à procura de água mineral, mas nem uma, nem quente havia. Tive mesmo de beber uma Sagres que me soube pela vida. Comprei uns pães e fui até casa levar para a Alex comer também. Aqui não há o costume de fazer compras para a semana ou mês, compra-se para o dia, faz-se tudo o que se comprou e vai-se comendo e aquecendo até acabar, muitas vezes sem pôr no frigorífico para conservar durante 2-3 dias... No caminho fui interpelada pelo Edyzokas e o Humber na mota que vieram ter uma conversa comigo... Depois, alegria das alegrias, apareceram os meus livros, não é que como eu não tinha deixado dinheiro suficiente para enviarem, deixaram aquilo esquecido no sótão do Miramar… Então, o sr. Neyker lá os trouxe, para compensar o que ainda está em falta da parte dele. Mais uma visita, a querida Letícia apareceu com o seu recente “marido”. Simpático, sim senhora. Depois, começámos as mudanças, arrumar tudo nas malas. Estivemos um tempão à espera de arranjar táxi e depois o Neyker conseguiu-nos arranjar um. Com a ajuda do Humber e da Gina fomos para a nossa nova casa. Só que como já eram 17h começou a ficar escuro e como não havia energia nas ruas de Oque-del-Rey, andávamos às escuras à procura da casa. Não nos lembrávamos em que ruela tínhamos de virar e tivemos que andar a ligar ao senhor que nos levou à casa… Entretanto alguém disse para perguntarmos o nome do dono da casa e pelos vistos é de um deputado conhecido. Em São Tomé todo o mundo se conhece, assim foi bem fácil. Já em casa não havia quase luz nenhuma pois as lâmpadas não estavam bem instaladas. Por isso foi tudo feito às escuras e às apalpadelas, à luz da lanterna do jojó. Não dava para arrumar nada, então estivemos a ver televisão…a novela em que os santomenses são viciados.. Tomei banho na banheira…. Foi tudo natural como se não tivesse passado um mês a tomar banho de caneca. Jantar à pressão. Comprámos pão, salsichas e atum e deu para remediar a situação. Muita conversa… Vimos o filme do Lucky Lucke e fomos dormir nas nossas novas caminhas…

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