01/12/2010 Acordo a olhar para o telemóvel e pensar “o dia está mal”. Era para mim impensável estarmos em Dezembro e estar calor como está aqui. Depois percebi que não estava em Portugal, onde a chuva e o frio são uma constante nesta altura, mas sim em São Tomé onde o calor se faz sentir o ano todo. Banhozinho e pequeno-almoço tomado e aulas nem vê-las. Dispensaram as professoras…eh eh…então ficou combinado irmos de manhã à sede para falar com a comunidade. A nossa tarefa agora é sensibilizar as jovens mães que mesmo estando em casa podem ocupar-se e ganhar algum dinheiro com isso, sem ter que esperar pelo dinheiro trazido pelo marido. Assim fomos para lhes darmos algumas ideias. Quais? Que tal fazer uns doces (manga, mamão, jaca) para serem vendidos aos turistas? Que tal aproveitar a água ardente do sr. Luizinho e fazer uns licores? Que tal uma formação de costura para depois fazerem algumas peças para vender aos turistas? As reacções até foram bastante positivas. Já temos um grupinho para aulas de costura, conhecemos dois rapazes que já fazem doces e ainda encontramos senhoras interessadas em fazer doce. Então marcamos para 3ª feira um workshop sobre como fazer doces em que o Gustavo lhes vai ensinar como se faz e ainda a fazer a apresentação do frasco. Parece que já não é a primeira vez que ele faz isso e não resultou. As pessoas não têm interesse em fazer as coisas bem mas sim em fazer muitas para vender. Ainda não perceberam que é melhor a qualidade do que a quantidade, quando não se consegue fazer as duas coisas ao mesmo tempo. Mas vamos tentar de novo, quem sabe se não é desta que isto vai para a frente. Em relação às aulas de costura parece que vamos ter que adiar porque só temos duas máquinas de costuram e faltam algumas peças nas outras. Os licores vamos deixar para mais tarde para ver os resultados dos doces. E o Gustavo contou que se lhes déssemos o dinheiro para a aguardente que eles compravam outras coisas e se déssemos a aguardente (isto tudo para ajudar no início) que as pessoas bebiam! Então desanimamos um pouco! Parece que não vamos conseguir fazer nada com essas pessoas. Por volta das 13h fomos almoçar um fabuloso esparguete com atum que um rapaz com quem a Rita veio a falar durante a viagem, lhe ofereceu. Obrigada à Rita porque desta vez vimos peixe no prato. Eh eh…depois do almoço ficou combinado em dar uma explicação ao Wander e também ao Kimilson de francês. E assim foi. Passei a tarde toda nisso. Quando começou a escurecer estive na conversa com o Gustavo, depois jantar e cama. Tinha trazido de Portugal uns coletes para os alunos jogarem futebol e no dia anterior entreguei-lhes dizendo que era para a escola (pois não havia em número suficiente para todos) para quando eles fossem jogar. Mas eles armaram-se em engraçadinhos e cada um levou um. Então hoje pedi-lhes os coletes de volta para entregarem ao Gustavo e um deles fez aquela cara de quem eu não dou. Eu disse-lhe que não era justo ele ficar com colete e os outros não. Ele levou isso a mal dizendo que eu o tinha chamado de ladrão. Fiquei bem triste porque não era essa a minha intenção. Ainda agora não fala comigo. A.
01/12/2010
ResponderEliminarAcordo a olhar para o telemóvel e pensar “o dia está mal”. Era para mim impensável estarmos em Dezembro e estar calor como está aqui. Depois percebi que não estava em Portugal, onde a chuva e o frio são uma constante nesta altura, mas sim em São Tomé onde o calor se faz sentir o ano todo. Banhozinho e pequeno-almoço tomado e aulas nem vê-las. Dispensaram as professoras…eh eh…então ficou combinado irmos de manhã à sede para falar com a comunidade. A nossa tarefa agora é sensibilizar as jovens mães que mesmo estando em casa podem ocupar-se e ganhar algum dinheiro com isso, sem ter que esperar pelo dinheiro trazido pelo marido. Assim fomos para lhes darmos algumas ideias. Quais? Que tal fazer uns doces (manga, mamão, jaca) para serem vendidos aos turistas? Que tal aproveitar a água ardente do sr. Luizinho e fazer uns licores? Que tal uma formação de costura para depois fazerem algumas peças para vender aos turistas? As reacções até foram bastante positivas. Já temos um grupinho para aulas de costura, conhecemos dois rapazes que já fazem doces e ainda encontramos senhoras interessadas em fazer doce. Então marcamos para 3ª feira um workshop sobre como fazer doces em que o Gustavo lhes vai ensinar como se faz e ainda a fazer a apresentação do frasco. Parece que já não é a primeira vez que ele faz isso e não resultou. As pessoas não têm interesse em fazer as coisas bem mas sim em fazer muitas para vender. Ainda não perceberam que é melhor a qualidade do que a quantidade, quando não se consegue fazer as duas coisas ao mesmo tempo. Mas vamos tentar de novo, quem sabe se não é desta que isto vai para a frente. Em relação às aulas de costura parece que vamos ter que adiar porque só temos duas máquinas de costuram e faltam algumas peças nas outras. Os licores vamos deixar para mais tarde para ver os resultados dos doces. E o Gustavo contou que se lhes déssemos o dinheiro para a aguardente que eles compravam outras coisas e se déssemos a aguardente (isto tudo para ajudar no início) que as pessoas bebiam! Então desanimamos um pouco! Parece que não vamos conseguir fazer nada com essas pessoas. Por volta das 13h fomos almoçar um fabuloso esparguete com atum que um rapaz com quem a Rita veio a falar durante a viagem, lhe ofereceu. Obrigada à Rita porque desta vez vimos peixe no prato. Eh eh…depois do almoço ficou combinado em dar uma explicação ao Wander e também ao Kimilson de francês. E assim foi. Passei a tarde toda nisso. Quando começou a escurecer estive na conversa com o Gustavo, depois jantar e cama. Tinha trazido de Portugal uns coletes para os alunos jogarem futebol e no dia anterior entreguei-lhes dizendo que era para a escola (pois não havia em número suficiente para todos) para quando eles fossem jogar. Mas eles armaram-se em engraçadinhos e cada um levou um. Então hoje pedi-lhes os coletes de volta para entregarem ao Gustavo e um deles fez aquela cara de quem eu não dou. Eu disse-lhe que não era justo ele ficar com colete e os outros não. Ele levou isso a mal dizendo que eu o tinha chamado de ladrão. Fiquei bem triste porque não era essa a minha intenção. Ainda agora não fala comigo.
A.