sexta-feira, 6 de maio de 2011

30 de Abril – De volta a São Tomé, será a terceira de vez?
Pela primeira vez na minha curta vida esta viagem de avião iria ser feita sozinha, o que me deixou um pouco triste. A última semana foi preenchida com despedidas e preparações de última hora. Um misto de tristeza, ansiedade e um bocadinho de alegria a querer espelhar-se no rosto, o sorriso de São Tomé na cara a querer despontar. O dia da partida foi uma correria. Pela manhã, uma ida ao mercado e pesar as malas inúmeras vezes até chegar ao número aceitável. Ao almoço: comer os deliciosos pratos que a Joana e a minha mãe tinham preparado durante toda a manhã. Pastéis de massa folhada com bacalhau e pastelão com esparguete. Tarte de morangos. Morangos… No fim de almoço, a parte mais difícil. Foi tudo rápido e menos doloroso. Certamente o que me custa sempre mais é despedir, dar-lhes um abraço com um sorriso e dizer que volto daqui a nada, virar costas e olhar de relance mais uma vez. Depois pensar positivo e tentar controlar as emoções. Até chegar ao aeroporto viajei bastante em óptimas companhias! Obrigada minhas amigas Ana, Sofia, Rita e os meus tios de Lisboa, Berto e Zinha que têm muita paciência!
A viagem de avião foi estranha por ir sozinha mas já estou em São Tomé há mais de um ano e claro que conhecia algumas das pessoas que iam comigo no avião. Sou uma medrosa, sempre q há um bocadinho de turbulência penso logo q o avião vai cair! Ainda por cima ia sentada ao lado de uma senhora já de idade que só falava crioulo e me estava sempre a pedir informações… Até foi engraçado porque eu percebia e respondia em português mas ela ouvia mt mal, então eu tinha de lhe berrar…
Para agravar o meu medo no inicio o piloto disse que íamos acompanhados pela figura da Nossa Senhora de Fátima portanto que nada iria acontecer.. Eu fiquei logo a pensar que havia uma grande tempestade pelo caminho que seria complicado de ultrapassar. Enfim, ate sonhei q o mesmo avião andava a descer e subir, sempre quase a cair, sem equilíbrio...estava a ser tão real, mas depois acordei com o hospedeiro de bordo mais simpático que já conheci a querer servir-me o pequeno-almoço... Depois vi o nascer do sol e comecei a ver o mar e algumas baías da ilha…tive de novo muito medo ao aterrar pois mais uma vez a pista parecia inexistente…De repente ouve-se o estrondo do embate e umas lágrimas escorreram dos meus olhos ao sentir-me em terra (que alívio) e nesta terra… Quem veio no avião comigo foi o D. Duarte acompanhado por um ex-bispo de São Tomé e ainda a estátua da Santa.. Por isso o aeroporto estava tão cheio...com freiras e muita gente. Nem estava a perceber porquê tanta euforia! Depois à saída do aeroporto começam a aparecer caras conhecidas e lá estava a Gina e que grande abraço ...fui cumprimentar algumas pessoas q conhecia (Godi do Mama Africa, Walter e António do Omali) e depois chegaram os atrasados, o Humber com o Clemente! Fomos para casa e estivemos na conversa, foi tão bom estarmos juntos outra vez! Depois foi só matar saudades :) À hora de almoço fomos almoçar ao B24 no Parque Popular – peixe vermelho grelhado com banana frita, arroz e legumes salteados. No fim como era o aniversário da cidade de São Tomé havia actuações no Parque. Fomos ver um grupo de Danço Congo. Ri-me tanto, é um grande teatro com música ao vivo e dança com roupas esquisitas e máscaras. Falam em crioulo. O melhor, sem dúvida, era as batucadas! O Humber tinha de me traduzir o que diziam. Fartei-me de rir com o conteúdo da dança. Ainda vi uma subida a 1 coqueiro muito efusiva, com um louco a ir abanar a árvore para ver se o moço caía e este em resposta desce de cabeça para baixo, com muito aspecto de quem “tomou santo”. Ou talvez um pouco de aguardente a mais. A verdade é que estava com uns olhos de quem não estava ali não. Parece que a tradição e cultura local querem dar-me a volta à cabeça…Foi mt bom voltar a andar pela cidade, vazia por ser fim-de-semana. Entrar em Oque del Rei e ouvir as pessoas a chamar o meu nome e perguntar como foram as férias ou onde eu estive. Ver aqueles sorrisos bonitos e sinceros. É gratificante.

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