domingo, 3 de abril de 2011

29 de Março de 2011 - Home sweet home
Acordei por volta das 9h30. Ando a dormir de mais… pelo que já averiguei que é o que está a acontecer a todos os/as outros/as que estão em ressaca emocional. Sentindo a falta do calor, não dá muita vontade de sair. Mas hoje tenho algumas coisas a fazer e fico feliz. Visto o roupão (que diferença para quem andava quase meia-vestida:P) e subo as escadas, indo em direcção à cozinha, guiada pelo cheiro familiar das torradinhas matinais…
Sabe bem estar em casa, não fosse este frio horrível tudo seria perfeito. Já toda a gente acordou, sou mesmo a última o que era raro acontecer! Fico a saborear as minhas torradas lentamente enquanto leio o jornal do dia anterior e bebo o sumo natural de laranja. No fim lá vou eu preparar-me para a reunião de proposta de emprego no Skype. Estas novas tecnologias têm coisas boas! Afinal nem estabelecemos chamada nem nada, foi tudo escrito o que foi óptimo! Fiquei entusiasmada e muito pensativa com a proposta. É realmente boa! Tenho uns 15 dias para ponderar… Estive a falar com a Jo e o Daniel sobre isso e depois com a minha princesinha. É bom ouvir conselhos dos nossos mais queridos! Bom, com tudo isso no pensamento saí um pouco para ir ter com duas pessoas que sentia muita falta e que nos últimos 5 anos têm sido como irmãos para mim, a Sofia e o Berna. Estavam sentados nas escadas do prédio e fui a correr abraçá-los!! Foi muito bom! Estivemos a pôr um bocadinho a conversa em dia e a saber as novidades uns dos outros, mas depois tanto um como o outro tinham de ir às suas vidas atarefadas, como é natural. Combinamos estar em contacto por telemóvel para os próximos fins-de-semana que eles vierem à terrinha… Despedi-me do Berna e fui levar a Sofia a casa. Vivemos todos muito perto, o que sempre deu muito jeito para todas as nossas aventuras!
Voltei para casa pensando como tudo continua cinzento e com muitas obras nesta cidade. Nunca há-de ser o que foi, “Vila do Conde, espraiada entre pinhais, rio e mar, lembro-me de Vila do Conde já me ponho a suspirar.” A Sofia disse-me que foi ver ao Google Earth e que as únicas manchas verdes que se vêem são o parque da cidade (que é o que nós sabemos, um parque muito pobrezinho) e a Quinta do Engenheiro! É uma tristeza! Uma cidade que era tão bonita na juventude da minha avó, ano após ano, tem vindo a tornar-se escrava do betão e das grandes construções urbanísticas… Cada vez mais penso que se um dia tiver que viver aqui de novo não vai ser assim tão difícil me habituar e adaptar mas sim difícil será estar feliz rodeada de tantos abortos urbanos e antigos espaços verdes mortos pela acção de uma equipa municipal que há 30 e tal anos só degrada o ambiente natural onde vivemos! Tirando estes pensamentos da cabeça e um pouco resignada caminho para casa para ir almoçar. Depois de o fazer um pouco à pressa, parto para ir apanhar metro para o Porto para ir ter com a minha irmãzinha, Inês. Mais uma realidade engraçada, todos os velhotes que estão dentro da carruagem estão a dizer que vai chover, vai chover… Nós portugueses muito gostamos de comentar o tempo!! O metro estava cheio, ainda liguei o MP3 mas depois é que reparei que no avião devo ter adormecido a ouvir e ficado sem bateria porque nem a 1 música tive direito! Depois de olhar algumas paisagens que eu gostava de observar antigamente, viro-me para a leitura do livro sobre a vida de Francisco Tenreiro, intelectual santomense que viveu a maior parte da sua vida em Portugal. Quando cheguei à Lapa fui ter com a Inês à antiga casa da Tia Belinha, onde ela e a Raquel agora vivem durante a semana. Estavam as duas stressadas, a Raquel a estudar para um exame e a Inês que não conseguia pôr o rolo da sua nova máquina fotográfica analógica. Depois de uma visitinha pela casa que apesar de um pouco desarrumada até está bem decorada por elas , saímos para o nosso passeio! A chuva fez-nos parar um pouco reticentes, mas lá seguimos pela rua de Cedofeita abaixo rumo à Santa Catarina. Fomos animadas, conversando sobre os últimos meses, falando do Natal e dos sítios que elas costumam frequentar ao passarmos por eles. Parámos numa sapataria e fiz umas compras! Fomos a uma loja muito engraçada ao lado da famosa Livraria Lello que vende todo o tipo de objectos com 1 decoração moderna e bastante bonita. Ela esteve-me a contar a história da prenda de Natal da Clarinha, nossa amiga de infância que é como se fosse da família. Pelos vistos o triciclo dela que nós tanto adorámos quando éramos pequenas foi deitado fora há pouco tempo pelo pai. Quando ela soube ficou desolada! Então as gémeas (tão queridas) lembraram-se de lhe oferecer um pelo Natal.. Viram um numa loja de artigos feitos à mão, todo feito em madeira muito bonito e pormenorizado e compraram-no. Pediram à senhora da loja um embrulho de Natal o que não foi nada fácil e andaram pelas ruas do Porto com aquele monstrinho ao colo!! Deve ter sido uma risota!!
Fomos vagueando por umas ruas antigas e depois fomos espreitar a FNAC ! Novos livros e cds, estou um pouco desactualizada! Andei à procura de livros de estudo sobre gestão hoteleira e controlo de gestão. Vi alguns interessantes. Seguimos subindo pelas ruas e parámos numa pequena praceta onde ela tirou uma foto com uma das suas super maquinas, esta uma DIANA muito linda, decorada com corações, setas e maçãs, pois é alusiva ao dia de São Valentim! Foi uma pena não estar sol, pois assim não estava bom para fotos! Na Trindade fui apanhar o metro e despedimo-nos na estação da Lapa quando estávamos as duas bem animadas! Voltei para casa desta vez acompanhada por mais jovens. Por acaso à minha beira sentaram-se uns 5 de cor negra, automaticamente pus-me a pensar se seriam santomenses mas tinham mais pinta de angolanos. Fiquei sem saber ao certo. A viagem deu-me sonolência de abuso e fui a pensar e a sonhar meia acordada. À noite já em casa estive na conversa com a minha mãezinha no quentinho da cozinha enquanto ela preparava o jantar, postas de atum grelhado com arroz e umas couves cozidas! No fim, comi uns pedacinhos de chocolate Corallo…humm mas que delícia! Estive na net na conversa com o pessoal e depois por volta da meia-noite fui-me deitar. Ainda não dei conta de estranhar a cama mas a Marta, minha companheira de quarto, já me disse que já gritei “mas onde é que eu estou??” É natural…

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