sexta-feira, 13 de maio de 2011

Chegada à ilha do Príncipe

Mais uma partida e um aperto na garganta e coração. Desta vez uma viagem muito mais pequena e diferente ansiedade. O meu rumo era a ilha do Príncipe e o objectivo trabalhar para a HBD no escritório na cidade de Santo António.
Depois das despedidas na casa de Oque del Rei fui de boleia com o António do Bairro português para o aeroporto. Que sorte ele ter me ido levar pois a minha mala ultrapassava em muito os 15kgs permitidos em bagagem por pessoa, por causa da capacidade de carga e tamanho do avião. Bem tive de tirar uma carrada de coisas que depois ele tentará enviar por alguém que trabalha na Africa Conections. No avião para mim foi o terror mas para toda a gente parecia ser normal. Para mim na primeira vez num avião tão minúsculo onde apenas cabem umas 15 pessoas foi assustador. Primeiro tudo tremia e ouvia-se um barulhão incrível. Fui quase sempre de mãos nos ouvidos cheiinha de medo para não ouvir o motor. Via tudo no cockpit, o piloto, co-piloto, as maquinas todas, tudo! Não havia sequer 1 porta, nem é preciso dizer que tb não havia nenhum hospedeiro. Ainda por cima o avião de repente baixava um pouco e como é so mar à volta, eu pensava logo que íamos desta para melhor. Ao chegarmos havia tantas nuvens e começou a sair um vapor do chão.. fiquei logo em pânico e perguntei ao vizinho da frente se era normal ao que ele me disse que sim! Eu devia estar com uma cara tao assustada que ele me disse para não me preocupar que estávamos mesmo quase a aterrar. Logo a seguir comecei a ver os picos da ilha, tudo tao verde e bonito e depois íamos mesmo em cima do mato, depois em terra batida e logo um embate forte na pista e senti um enorme alívio no coração…
A Teresa foi-me buscar ao aeroporto com o sr. Fernando e o sr. Alex, o dono da pensão Palhota onde vou viver.
Todos foram impecáveis comigo mas como seria de esperar o 1º. Dia em qualquer sítio em que vamos ficar por algum tempo a viver é um pouco estranho. Apoderou-se de mim uma tristeza por me aperceber que ninguém conhecido me ia aparecer à frente em algum dia próximo. Estranhei muito o quarto..Tentei pôr na cabeça que são sentimentos normais para o 1º. Dia que certamente me adaptarei rapidamente…
Ao almoço como era bife e eu não como carne, tive direito a provar uns restos de molho no fogo (o prato típico daqui) que a dona Ester tinha feito. Gostei muito! Na parte da tarde fui conhecer a Roça Paciência. Pelo caminho fiquei extasiada, tudo é tão verde, tao virgem, tao inalterado e inexplorado. É tudo tão belo. Depois um pouco antes de chegar á Paciência a estrada está ladeada de sebes de arbustos muito bem podados que torna tudo muito bonito, dá um ar muito ancestral. A estrada está em tao mau estado que o ideal seria percorrer a ilha de cavalo.
Se há o leve leve em São Tomé, no Príncipe há um leve leve elevado a um expoente muito mais alto. Silêncio na rua a toda a hora, poucas pessoas passam, dá-se a volta à cidade num instante, toda a gente mas mesmo toda a gente se conhece. Há falta de muitas infra-estruturas, a energia pára das 15h as 17h30, da 0h às 8h vai outra vez, não há coisas que já são básicas em São Tomé como táxis, garrafões de 5litros e uma farmácia, apenas para dar alguns exemplos.
Terei de me adaptar levemente. E como o vocalista de uma banda que eu idolatrava dizia “o segundo dia é sempre melhor do que o primeiro.” 

2 comentários:

  1. Aproveita bem os teus tempos por ai... Ler o teu blog esta a deixar-me cheio de inveja. O que vale e que em breve vou estar de volta a Sao Tome, e se tudo correr bem tambem faco uma visita a Palhota "nesse burraco que e o Principe" ;)
    Fica bem...

    ResponderEliminar
  2. Obrigada Ricardo :) estamos à tua espera! é um burraco girro..tudo é verde, a natureza no seu esplendor! até breve*

    ResponderEliminar