Ilha do Príncipe - Ruy Cinatti
Penedos como torres, cataclismos.
Paranóia esdrúxula de verdura.
Haustos descendo que a terra inspira
E exala subindo a grande altura.
Nuvens, níveas núvens que ainda fulgem
E rolam peregrinas pelo vale
Aberto entre píncaros e morros.
Uma cadência arbórea detida
Nas praias circulares, mas que circunda
Os bruscos perfis dos promontórios.
Como não exclamar: Ilha do Príncipe,
Raiz do mar, promessa, angústia,
Um horizonte?! ...
Vista de Belomonte é um assombro.
Do Terreiro Velho, nem se exclama.
De Santo António, da baía extensa,
Vilória ao fundo, ater-me-ei
quando suar
Suor fecundo.
in "Lembranças para São Tomé e Príncipe" de Ruy Cinatti (1972) - Centro Cultural do Príncipe
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